ADAMO BAZANI – CBN
Ainda como reflexos das licitações mais recentes, já pelas perspectivas de aberturas em novos mercados e alteração nos mais antigos e por problemas jurídicos e operacionais de datas passadas, o setor de transportes coletivos, de fretamento ou urbano, registrou nas últimas semanas várias novidades. A maior delas, já coberta por nossa reportagem, foi a entrega de 97, dos 544 ônibus novos que vão trazer novos conceitos e mais qualidade aos passageiros da RIT – Rede Integrada Metropolitana de Transportes – de Curitiba, que já é considerada referência mundial em transportes, sem a necessidade de anunciar obras mirabolantes, sem tanto apelo de marketing, mas que dificilmente saem do papel. O destaque das apresentações no dia do aniversário da cidade paranaense, que comemorou seus 318, em 29 de março de 2011, dentro do Parque Barigui, foi o Neobus Mega BRT – Volvo B 12 M (B 340 M), o maior veículo de transporte coletivos sobre pneus do mundo com 28 metros de comprimento. Além do tamanho, novas tecnologias embarcadas de gerenciamento e operação, aumentam o conforto e segurança dos passageiros.GRANDE SÃO PAULO:
Se Curitiba comemorava seu êxito de investir em ônibus e ter o melhor transporte do País, na Grande São Paulo, a situação dos transportes não era a das melhores possíveis.
No dia 29 de março, cerca de 60 mil passageiros que dependem dos serviços da Expresso Guarará e da Viação São José de Transportes, do Grupo de Sebastião Passarelli, não puderam contar com os ônibus das duas empresas por pelo menos 4 horas, em Santo André, na Grande São Paulo..
Os 430 funcionários do grupo pararam os cerca de 200 ônibus das duas empresas em protesto contra o monitoramento de câmeras que as viações instalaram nos veículos e no Terminal de Vila Luzita.
Eles alegaram que muitos funcionários tinham sido demitidos por conta das filmagens. A empresa teve de retirar as câmeras.
Já na região da Área Operacional 1, gerenciada pela EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – uma empresa de ônibus por incapacidade operacional e problemas jurídicos e trabalhista – teve de deixar de prestar serviços, sendo substituída por outras viações.
A informação foi divulgada pelo pesquisador na área de transportes, José Euvilásio.
A Veneza Transportes e Turismo Ltda teve suas linhas cobertas pelas empresas Viação Pirajuçara e Viação Miracatiba.
A Veneza registrada em nome de Silvio Romero Babilônia e Renato Fernandes Soares, ligados ao empresário Baltazar José de Sousa, já apresentava problemas e não era mais vista positivamente pela DEMTU – Empresa Metropolitana de Transportes.
A Área 1 da EMTU corresponde aos municípios de Juquitiba, São Lourenço da Serra, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista e Cotia.
José Euvilásio informou que cada empresa, Miracatiba e Pirajuçara ficou com 3 linhas da Veneza. Os ônibus da empresa ligada a Baltazar José de Sousa, também foram assumidos pelas Viações que também já operavam o Consórcio Intervias, formado na licitação das áreas operacionais da EMTU entre 2005 e 2006.
Como é de costume do Grupo de Baltazar, as empresas, boa parte com débitos fiscais, trabalhistas e bloqueios judiciais, as viações são usadas em várias cidades e em diferentes disputas por áreas de operação em todo o País. Quando a empresa acumula débito, ela muda de nome na sua área de operação, mas continua tentando outros mercados em mais licitações e permissões.
Assim, a ficha cadastral destas empresas é cheia de endereços e filiais em locais que não possuem relação. Até aí tudo bem, mas por conta dos problemas jurídicos e fiscais, estas empresas se tornam ciganas, mudando de endereço e filiais com o objetivo, segundo fontes do próprio grupo informaram, para fugirem destes problemas e poderem continuar operando em outras áreas.
Só em relação a Veneza Transportes e Turismo Ltda, a Junta Comercial de São Paulo apresenta um histórico, no mínimo interessante. A empresa teve vários endereços, na maioria das vezes mudando de localização a cada perda ou problema. A Veneza teve os seguintes endereços:
- Rodovia Armando Sales de Oliveira – Sertãozinho/SP
- Alameda 06, Industrial – Palmas/TO
- Marginal Adamo Meloni, 2520 – Vila Industrial – Sertãozinho/ SP
- Avenida Inglaterra, 921 – Tibery – Uberlândia/MG
- Rua Fioravante Siccheri, 1076 – Sertãozinho / SP
- Quadra 15 – S/N, Lotes 25/35 – Taquatinga Norte – Distrito Federal
- Avenida Carlos Lacerda – Jardim Rosana – São Paulo/SP
- Estrada Constantinopla, 215, sala 02 – Jardim Vazame – Embu/SP
- Estrada Constantinopla , 575 – sala 02 – Pirajuçara – Embu/SP
- Rodovia Anhanguera – S/N – 310 – Parque Industrial – Ribeirão Preto/SP
- Rua 26, Quadra 73, Lote 04 – Jardim Aureny III – Palmas/TO
- Rodovia BR 365 S/N – km 407, sala 05 – Distrito Industrial – Patos de Minas / MG
- Rua Varginha, 1865 – Daniel Fonseca – Uberlândia/MG
- Avenida Juscelino Kubitscheck de Oliveira, 3840- Patos de Minas / MG
- Av. Dona Anilla, 191 – Olaria – Itapecerica da Serra/SP
A empresa, de médio porte, com seus vários endereços, revela esta prática do Grupo de ir mudando a área de atuação das companhias a medida que elas vão perdendo o direito de explorar em um local e tentam em outro.
Nos últimos 15 anos, o Grupo de Baltazar e empresários ligados a ele perderam operações, maior parte das vezes por problemas legais e incapacidade operacional, no Rio de Janeiro, na Capital Paulista, em Brasília, em Manaus/AM, em São José dos Campos/SP, Sorocaba/SP, um dos lotes de Mauá/SP e mais recentemente na região de Embu/SP e Itapecerica.
RIO DE JANEIRO:
A cidade do Rio de Janeiro que licitou os transportes no ano passado, as empresas ainda estão se adaptando para atenderem às normas do edital. Além da padronização da pintura, que causou várias polêmicas, as empresas que integram os Consórcios formados para o novo sistema de transportes têm renovado a frota. Além de veículos convencionais, vários micros zero quilômetro são comprados para as linhas complementares e de menor demanda.
A Transurb, que integra o Consórcio Intersul, este que presta serviços em parte da Zona Sul e na Grande Tijuca, recebeu esta semana um lote de micros modelo Neobus Thunder +, Mercedes Benz LO 915.
As demais empresas do Consórcio Intersul e dos outros três devem continuar renovando as frotas para atender às exigências do edital.
O sistema do Rio de Janeiro é, desde o segundo semestre de 2010, dividido da seguinte maneira:
CONSÓRCIO INTERSUL – AMARELO (Zona Sul e Grande Tijuca)
- Real Auto Ônibus
- Empresa De Transportes Braso Lisboa
- Gire Transportes
- Autoviação Alpha
- Viação Saens Peña
- Transportes São Silvestre
- Translitorânea Turística
- Autoviação Tijuca
- Transporte Estrela Azul
- Transportes Vila Isabel
- Transurb
CONSÓRCIO INTERNORTE – VERDE (Zona Norte)
Transportes América
* Viação Acari
* Transportes Paranapuan
* Viação Novacap
* Transportes Estrela (Tel)
* Viação Pavunense
* Viação Penha Rio
* Viação Rubanil
* Viação Verdun
* Viação Vila Real
* Rodoviária A. Matias
* Transporte Estrela Azul
* Empresa Viação Ideal
* Auto Viação Bangu
* City Rio Rotas Turísticas
* Caprichosa Auto Ônibus
* Autoviação Três Amigos
* Viação Nossa Senhora De Lourdes
* Gire Transportes
CONSÓRCIO TRANSCARIOCA DE TRANSPORTES – AZUL (Baixada de Jacarepaguá, Barra da Tijuca e Recreio)
Viação Redentor
* Autoviação Três Amigos
* Caprichosa Auto Ônibus
* City Rio Rotas Turísticas
* Expresso Pégaso
* Litoral Rio Transportes
* Real Auto Ônibus
* Transportes Estrela
* Transportes Barra
* Transportes Futuro
* Auto Viação Tijuca
* Transurb
* Viação Acari
* Viação Madureira Candelária
* Viação Normandy Do Triângulo
* Transportes Santa Maria
* Translitorânea Turística
CONSÓRCIO SANTA CRUZ TRANSPORTES – VERMELHO (Zona Oeste)
Expresso Pégaso
* Empresa De Viação Algarve
* Transportes Barra
* Viação Andorinha
FRETAMENTO:
Enquanto o setor de transportes urbanos registra realidades diferentes em cada região, do passo para o futuro de Curitiba, dos esforços para readequação do sistema do Rio de Janeiro até os escândalos da Grande São Paulo, com empresas deixando o setor e outras amargando processos e greves, o segmento de fretamento vive uma situação mais confortável.
Tanto é que as empresas, aproveitando o aquecimento econômico de algumas atividades e de olho nas demandas novas que poderão ser criadas, inclusive por conta da Copa do Mundo de 2014, quando o fretamento será uma opção ao transporte público, que em muitas cidades deve ser decepcionante, têm renovado formas de atendimento, layout de pinturas e ampliando a forta com qualidade.
No Paraná, a Francovig, com sede em São José dos Pinhais, sendo uma das maiores empresas de fretamento locais, renovou o padrão visual da pintura.. Uma forma de passar pata o cliente que a empresa tem evoluído e se modernizado. A Francovig opera linhas Metropolitanas e urbanas em Londrina.
A Leblon, empresa com sede em Fazenda Rio Grande, além de operar a RIT – Rede Integrada de Transportes de Curitiba -, servindo além da Capital e o município de sua sede, atende a cidade de Mandirituba, possui serviços de fretamento.
E o alvo da empresa no segmento é apresentar melhoria contínua para atender com excelência e ampliar o mercado.
Além de ter adquirido os Comil Campione, Volkswagen, recentemente, a empresa recebeu um micro-ônibus de luxo Volare W 9, que possui bancos mais largos e é destinado para serviços executivos. O ônibus, de mecânica Agrale, possui motorização eletrônica, mesmo poluente e mais econômica, além de, pela configuração, permitir mais espaço para os passageiros na área interna.
A empresa afirma que vai continuar no aperfeiçoamento da frota e dos serviços.
Adamo Bazani, jornalista da CBN, especialilizado em transportes.
http://onibusbrasil.com/blog/2011/04/03/perdas-e-renovacoes-no-setor-de-transportes-de-passageiros-agitam-diversas-cidades-do-pais/
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